O significado litúrgico da Semana Santa

Domingo de ramos Durante todos esses dias da Quaresma, “de coração purificado, entregues à oração e à prática da Fraternidade”, preparamo-nos para celebrar a Páscoa, a Festa maior da Liturgia. E agora, neste dia 13 de abril, iniciamos a Semana Santa, com o Domingo de Ramos. A Liturgia deste Domingo compreende dois momentos:
- a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém, narrada em Mateus, 21,1-5: “Dizei à filha de Sião: Eis que o Teu Rei vem a Ti, manso e montado mum jumento”; - em Marcos, 11,9: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Reino que vem, o Reino de nosso Pai Davi!”; em Lucas, 19 “Bendito o que vem, o Rei, em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas alturas!”. Também no 4º Evangelho: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor: o Rei de Israel!” (Jo 12,13). Todos Evangelistas querem realçar o Prenúncio da majestade do Senhor Jesus. Os paramentos festivos, os cantos de louvor, os gestos dos fiéis que levam ramos em suas mãos são o sinal de régio triunfo do Cristo ao morrer na Cruz.
- o segundo momento deste Domingo tem início com a Liturgia da Palavra: o Servo sofredor de Isaías (50,4-7), o Cristo que se fez obediente até a morte, e morte na Cruz (Fil. 2,6-11) e a Proclamação da Paixão segundo são Mateus. E assim toda Comunidade cristã entra em clima de Semana Santa para celebrar o Mistério do Senhor morto, sepultado e ressuscitado.

5ª-feira santa
Como no ano passado, a celebração da Missa dos Santos óleos, na parte da manhã desta 5ª Feira será no Ginásio de Esportes de Campinas. Todas as Comunidades participam. O Presbitério todo se faz presente para concelebrar com o Bispo. O óleo consagrado nesta Missa será levado a todas Comunidades da Arquidiocese, estabelecendo a íntima união que deve existir entre o pastor (o Bispo) e as Ovelhas (os fiéis). Nesta missa também, os Padres, cooperadores do Bispo na Ordem sacerdotal, renovam, diante do Bispo e do povo fiel, os compromissos ministeriais.
Na parte da tarde, com a celebração da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, tem início o Triduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor, que possui o seu centro na Vigília Pascal e encerra-se com as Vésperas do Domingo da Ressurreição. Este Tríduo Pascal se nos apresenta como ponto culminante de todo Ano Litúrgico. Nesta missa – chamada de Ceia do Senhor – a Igreja faz a memória da instituição da Eucaristia, “memorial da Páscoa do Senhor, que se perpetua no meio de nós, através dos sinais sacramentais, o Sacrifício da Nova Lei”: da Instituição do Sacerdócio Católico, pelo qual se perpetua no mundo a Missão e o Sacrifício de Cristo; e também da Caridade com que o Senhor nos amou até a morte, e morte de cruz, e nós devemos, também, nos amar uns aos outros como o Senhor nos amou. Este amor fraternal é simbolizado pela cerimônia do Lava-pés.

6ª feira santa
Neste dia não é celebrada a Santa Missa. Ali pelas 3 horas da tarde, horário presumível da morte de Jesus Cristo, faz-se a Celebração da Paixão do Senhor. Esta consiste na Liturgia da Palavra com a Proclamação do Evangelho, narrando a Paixão e Morte do Senhor: nas Orações universais; na Veneração da Santa Cruz e na Comunhão Eucarística. “A obra da Redenção dos homens e da perfeita glorificação de Deus, prefigurada pelas suas obras grandiosas no Povo da Antiga Aliança, realizou-a Cristo Jesus, principalmente, pelo Mistério Pascal da sua Bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, Mistério pelo qual, morrendo, destruiu a nossa morte e ressuscitando, restaurou a nossa vida. Foi do lado adormecido de Cristo na Cruz que nasceu o admirável Sacramento da Igreja” (SC. N. 5)

Sábado Santo
Neste dia a Igreja permanece de luto, junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte. Somente no final do dia é celebrada a Solenidade da Vigília da Páscoa. Segundo antiquíssima tradição, esta noite de Sábado é “uma Vigília em honra do Senhor” (Ex. 12,42). Assim os fiéis, segundo advertência do Evangelho (Lc 12,35), tendo nas mãos lâmpadas acesas, sejam como os que esperam o Senhor, para que, ao valtar os encontre vigilantes e os faça sentar à sua mesa.
Esta vigília celebrada na noite do Sábado Santo é o Centro da Liturgia de todo Tríduo Pascoal. Ela começa com a bênção do Fogo e a consagração do Círio Pascal que deverá ser o símbolo da Páscoa do Senhor, durante todo ano, ao ser aceso nas Missas de Domingo. Em segunda, diante do Círio, é feita a proclamação da Páscoa. Continua com a Liturgia da Palavra, com Leituras tiradas do livro do Gênesi, do Êxodo, dos Profestas e do novo Testamento. Após a proclamação do Evangelho, vem a Liturgia Batismal, com a Bênção da Água e a Renovação das Promessas do Batismo. A Liturgia Eucarística é o coroamento dessas significativas cerimônias da Vigília Pascal. Oxalá a comunidade paroquial, ao poucos, vá se inteirando dessa riqueza litúrgica do Sábado Santo e possa Participar dessa Vigília Pascal.

Domingo da Ressurreição
Páscoa do Senhor – Cristo Ressuscitou verdadeiramente e está vivo entre nós. Toda nossa fé católica, toda nossa vivência cristã estão fundamentadas no fato histórico da Ressurreição de Jesus Cristo. Se Cristo não Ressuscitou, diz São Paulo, vã é a nossa Fé. Este Domingo da Ressurreição é continuado através do Ano Litúrgico, nas Celebrações dominicais que são a memória da Páscoa do Senhor.

Créditos da Postagem:
Mons. Nelson Rafael Fleury
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