Alguns Apóstolos da devoção ao Sagrado Coração de Jesus

São Cláudio de la Colombière

O Papa Pio XII, pela Encíclica Haurietis Aquas (1956),  recorda alguns santos que mais se distinguiram na difusão dessa devoção

“Querendo agora indicar as etapas gloriosas percorridas por este culto na história da piedade cristã, mister é recordar, antes de tudo, os nomes de alguns daqueles que bem podem ser considerados os porta-estandartes desta devoção, a qual, em forma privada e de modo gradual, foi-se difundindo cada vez mais nos institutos religiosos.
Assim, por exemplo, distinguiram-se por haver estabelecido e promovido cada vez mais este culto ao Coração Sacratíssimo de Jesus: São Boaventura, Santo Alberto Magno, Santa Gertrudes, Santa Catarina de Siena, o Beato Henrique Suso, São Pedro Canísio e São Francisco de Sales. A São João Eudes deve-se o primeiro ofício litúrgico em honra ao Sagrado Coração de Jesus, cuja festa se celebrou, pela primeira vez, com o beneplácito de muitos Bispos de França, a 20 de outubro de 1672.
Mas, entre todos os promotores desta excelsa devoção, merece lugar especial Santa Margarida Maria Alacoque, que, com a ajuda do seu diretor espiritual, o Beato Cláudio de la Colombière, e com o seu zelo ardente, conseguiu, não sem admiração dos fiéis, que este culto adquirisse um grande desenvolvimento e, revestido das características do amor e da reparação, se distinguisse das demais formas da piedade cristã”*.
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Nesse documento, Pio XII destaca o Beato Cláudio de la Colombière (1641-1682), canonizado em 1992 por João Paulo II. Este santo jesuíta desempenhou papel fundamental na propagação das revelações do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria. Foi ele o primeiro a crer na veracidade dessas revelações e quem apoiou a santa em seus momentos mais difíceis, devido à oposição e às perseguições que ela sofreu por parte daqueles que não acreditavam nas revelações. Providencialmente, São Cláudio tornou-se o diretor espiritual da santa visitandina**.
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* Pio XII, Encíclica Haurietis Aquas, nn. 60-61. Apud Péricles Capanema Ferreira e Melo, O estandarte da vitória – A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e as necessidades de nossa época, Artpress, São Paulo, 1998, p. 28.
** Cfr. http://www.corazones.org/santos/claudio_colombiere.htm.

Algumas importantes datas
1765: Decreto da Congregação dos Ritos, de 25 de janeiro, concedendo aos Bispos da Polônia e à Arquiconfraria Romana do Sagrado Coração a faculdade de celebrar a festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus. No dia 6 de fevereiro, o Papa Clemente XIII aprova o decreto. Em 10 de julho, a autorização é concedida também às freiras visitandinas. 
1856: O Santo Padre Pio IX, por decreto da Congregação dos Ritos, em 23 de agosto, “atendendo às súplicas dos Bispos da França e de quase todo o mundo católico, estendeu a toda a Igreja a festa do Sagrado Coração”.
1899: O Papa Leão XIII promulga, em 25 de maio, a Encíclica Annum Sacrum sobre a consagração do gênero humano ao Sagrado Coração. E realiza essa solene consagração em 11 de junho. Ato considerado por Leão XIII como o mais importante de seu pontificado.
1925Encíclica Quas Primas, de Pio XI, instituindo a festa de Cristo Rei.
1928: Encíclica Miserentissimus Redemptor, de Pio XI, sobre a reparação que todos devemos ao Sagrado Coração.
1956: Encíclica Haurietis Aquas, de Pio XII, sobre o culto ao Sagrado Coração. Publicada na  comemoração do centenário da extensão para a Igreja Universal da festa litúrgica do Sagrado Coração de Jesus. É o documento por excelência sobre o tema, com os fundamentos teológicos dessa devoção. Refuta cabalmente as principais objeções levantadas contra ela.
2002: Documento da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos (Diretório sobre a Piedade Popular e a Liturgia) publica os princípios e as orientações sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus.“Não há dúvida de que a devoção ao Sagrado Coração do Salvador foi, e continua sendo, uma das expressões mais difundidas e amadas pela piedade eclesial [...]. Como têm recordado freqüentemente os Romanos Pontífices, a devoção ao Coração de Cristo tem um sólido fundamento nas Sagradas Escrituras [...], constitui uma grande expressão histórica da piedade da Igreja para com Jesus Cristo, seu esposo e senhor; requer uma atitude de fundo, constituída pela conversão e reparação, pelo amor e a gratidão, pelo empenho apostólico e a consagração a Cristo e à sua obra de salvação. Por isto a Sé Apostólica e os Bispos a recomendam, e promovem sua renovação”.